Mediunidade

Médiuns e Mediunidade


A mediunidade já não é mais um tabu nem um assunto totalmente desconhecido das pessoas, que dela possuem, pelo menos, algum tipo opinião, experiência ou informação. A palavra médium é uma expressão latina que significa "meio" ou "intermediário". Allan Kardec apropriou-se dela expressão para designar as pessoas que são portadoras da faculdade mediúnica. Assim, médium é toda pessoa que pode servir de intermediária entre os Espíritos e os homens. Mediunidade é a faculdade dos médiuns, ou seja, a faculdade que possibilita a uma pessoa servir de intermediária entre os Espíritos desencarnados e os homens.

Segundo o Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns.

Embora essa faculdade não seja de forma alguma exclusiva ou limitada a algumas pessoas, usualmente são chamados de médiuns aqueles em quem a faculdade é ostensiva, bem caracterizada por efeitos de maior intensidade.

Desde a Antiguidade

A mediunidade não é um fenômeno dos nossos dias. Está presente na humanidade desde a sua presença na face da Terra e acompanhou o homem em todo o seu desenvolvimento, seja na Índia com os iniciados brâmanes há 2000 anos AC, ou ainda com Moisés, recebendo através da escrita mediúnica as tábuas da lei.

Mesmo presente em todos os tempos, em todas as civilizações, povos e classes sociais, a maioria das pessoas não percebe a influência da mediunidade, mas ela está presente sob a forma de inspiração, intuição, estados emocionais diversos e às vezes inexplicáveis. É um intercâmbio oculto, velado, que passa despercebido na maioria das vezes.


Mediunidade e Moral
O desenvolvimento da mediunidade não guarda relação com o desenvolvimento moral dos médiuns. Ela não é uma graça ou dom especial concedido a criaturas privilegiadas, mas uma faculdade humana como as demais, que está radicada no organismo, sendo uma das funções do corpo bioplásmico do homem, o perispírito.

A moral do médium determina o seu comportamento como criatura humana e regula as suas relações com os espíritos: um médium entregue a práticas maldosas ou a objetivos condenáveis, contrários ao senso moral, não deixa de ser médium. A questão moral não surge da faculdade mediúnica, mas da sua consciência. Assim como há criaturas boas e más na Terra, há espíritos maus e bons que com elas se afinam e se servem da sua mediunidade para fins maus ou bons. Se o médium sem moral se corrigir e passar a portar-se por princípios morais, passará a servir aos espíritos bons através da sua mesma mediunidade.
Mediunidade Natural e Mediunidade de Provas
Segundo o espírito Emmanuel, os médiuns, na sua generalidade, não são missionários, na acepção comum do termo: são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. Isso significa que a maioria dos que dispõem da faculdade mediúnica a receberam como prova, por necessidades de resgates espirituais, para realizarem tarefas de auxílio ao próximo e à transformação de si mesmo.

Mas, se existem aqueles que possuem a mediunidade em função de resgates cármicos, para Espíritos adiantados na escala da evolução o contato mediúnico é uma faculdade natural, espontânea e, de forma alguma causa perturbação a quem a detém, pois se trata de uma ferramenta que possibilita a comunicação com a nossa origem, que é o plano espiritual.

Classificação Geral dos Médiuns

A faculdade mediúnica não se manifesta em todos da mesma maneira. Os médiuns têm geralmente aptidão especial para este ou aquele tipo de fenômeno, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de mediunidade, embora nada impeça que um médium venha a possuir mais do que uma aptidão.

Existem diversas classificações propostas, mas de forma geral podemos classificá-los de acordo com o tipo de mediunidade, nas seguintes categorias:

a) Médiuns de Efeitos Físicos: são aqueles aptos à produção de fenômenos que sensibilizam objetivamente os nossos sentidos, tais como: movimento de corpos inertes, ruídos, etc. Trata-se de uma categoria bastante incomum em nossos dias.

b) Médiuns de Efeitos Intelectuais: são aqueles que recebem comunicações inteligentes, que contém uma mensagem, uma informação, que ocorre de maneira subjetiva, na mente do próprio médium, seja por intuição, audição, visão, escrita, etc. O papel do médium é ser o transmissor do pensamento do Espírito, com maior ou menor fidelidade.

c) Médiuns Intuitivos ou Conscientes: na mediunidade consciente ou lúcida o fenômeno é, a princípio, "inspirativo". Naturalmente os espíritos se utilizam do nível cultural do médium, o mesmo ocorrendo nas demais expressões mediúnicas

d) Médiuns Semi Conscientes (ou semimecânicos): no médium semiconsciente ocorre em semi transe e o espírito comunicante pode transmitir mais livremente a sua mensagem, dependendo da maior fidelidade de interpretação, da educação mediúnica e da capacidade intelectual do médium. Neste caso o estilo e as palavras são do espírito e servem para sua identificação pessoal.

e) Médiuns Inconscientes (ou mecânicos): O espírito do médium se afasta e permanece consciente ao lado do corpo, enquanto o comunicante utiliza seu aparelho físico para a comunicação. Em geral o médium não se recorda de nada ao regressar à consciência.

Fenômenos Anímicos

O Animismo é a teoria que considera a alma simultaneamente princípio de vida orgânica e psíquica. Animismo significa que é próprio da alma. Para o entendimento espírita, é relativo aos fenômenos intelectuais e físicos que deixam supor atividade extracorpórea ou à distância do organismo humano, isto é, exercida além dos limites do corpo. Se um fenômeno tem por causalidade o Espírito desencarnado, é denominado espiritual ou mediúnico; mas, se acontece por força do próprio encarnado, chama-se anímico. São exemplos de capacidades anímicas a clarividência, clariaudiência, psicometria, bilocação, etc.
Predisposição Mediúnica

A predisposição mediúnica independe do sexo, idade e temperamento. Há Médiuns em todas as categorias de indivíduos, desde a mais tenra idade até a mais avançada (H.Pires).

“Os sintomas variam, e dependem do tipo de mediunidade. Mas a irritação, a sonolência inexplicável, as dores sem diagnóstico definido, o mau humor e o choro sem motivo, podem indiciar haver necessidade de esclarecimento e de estudo”

“Cada médium é mobilizado na obra do Bem, conforme as possibilidades de que dispõe.

Esse orienta, outro esclarece; esse fala, outro escreve, esse ora, outro alivia.

Em mediunidade, portanto, não te dês à preocupação de admirar ou provocar admiração.

Procuremos, acima de tudo, em favor de nós mesmos, o privilégio de aprender e o lugar de servir.”

Emmanuel/Seara dos Médiuns

BIBLIOGRAFIA

• Kardec Livro dos Médiuns – 2ª parte – cap. XIV E XVII

• Kardec Obras Póstumas – cap. VI

• André Luiz – Nos Domínios da Mediunidade – cap. XIII

• André Luiz – Mecanismos da Mediunidade – cap.XVIII à XXVI

• Emmanuel – Plantão de Respostas

• Emmanuel – Seara dos Médiuns

• H. Pires - Mediunidade

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