quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Elementos Presentes No Ritual de Umbanda

Defumação

O defumador é utilizado para a limpeza astral de ambientes e pessoas e deve ser feito com carvão em brasas, e ervas secas. A finalidade do carvão é atrair as vibrações negativas enquanto as ervas atrairão as vibrações positivas. O defumador também pode ser feito com incenso puro de boa qualidade. Usamos normalmente antes das giras ou sessões, para "literalmente" fazer uma limpeza na casa e na aura das pessoas, tornando assim o ambiente mais leve e harmonioso.




Banhos

Desde épocas remotas é conhecida a forma mágica das plantas e ervas medicinais. Daí os banhos serem considerados veículos de purificação do corpo e da mente, incluindo-se no processo de mediunidade dentro dos centros e terreiros de Umbanda.

O banho de descarga é um descarregamento dos fluídos pesados de uma pessoa.

O banho de descarga ou descarrego com ervas deve ser tomado após o banho rotineiro. Um banho de descarga não deve ser jogado brutalmente pelo corpo e sim suavemente, com o pensamento voltado para as falanges que vibram naquelas ervas ali contidas.

Ervas

De fundamental importância em nosso ritual as ervas contribuem muito para a limpeza e energização do nosso ambiente, bem como aparecem em todo ritual de preparação dos médiuns e trabalhos em auxílio aos freqüentadores.

De acordo com a sua energia, a erva pode ser usada também para equilibrar as emoções e sentimentos das pessoas. Muitas plantas são empregadas popularmente para a limpeza energética de ambientes e pessoas, por meio de incensos e fumigações, justamente porque algumas delas possuem qualidades transmutadoras que propiciam a modificação da vibração atômica, devolvendo a harmonia e o equilíbrio.

Velas

Poderoso elemento mágico auxiliar nos trabalhos na Umbanda.

A vela representa o elemento fogo, e fortalece as vibrações coloridas das nossas Entidades. Sempre que queremos entrar em contato com o mundo astral (superior ou inferior), a vela é a principal chave de acesso para isto (intimamente ligado a fé e mentalização).

O ato de acender uma vela, deve ser um ato de fé, de mentalização e concentração para a finalidade que se quer. É o momento em que o médium faz uma "ponte mental", entre o seu consciente e o pedido ou agradecimentos à entidade, Ser ou Orixá, em que estiver afinizando.

Muitas pessoas acendem velas para os guias, de forma automática e mecânica, sem nenhuma concentração. É preciso ter consciência do que se esta fazendo, da grandeza e importância, pois a energia emitida pela mente. Irá englobar a energia ígnea (do fogo) e junta viajarão no espaço para atender a razão da queima desta vela.

Sabemos que a vida gera calor e que a morte traz o frio. Sendo uma chama de vela cheia de calor, ela tem amplo sentido de vida, despertando nas pessoas a esperança a fé e o amor. Quem usar suas forças mentais com ajuda da "magia" das velas, no sentido de ajudar alguém, irá receber em troca uma energia positiva; mas, se inverter o fluxo de energia, ou seja, se o seu pensamento estiver negativado (pensamentos de ódio, vingança, etc...), e utilizar para prejudicar qualquer pessoa, o retorno será infalível, e as energias de retorno serão sempre maiores, pois voltarão com as energias de quem as recebeu.

A intenção de acendermos uma vela gera uma energia mental no cérebro; e essa energia que a entidade irá captar em seu campo vibratório. Assim, podemos dizer que: nem sempre a quantidade está relacionada diretamente à qualidade, a diferença estará na fé e mentalização do médium. Desta forma, é inútil acreditar que, podemos "comprar favores" de uma entidade, negociando com um valor maior de quantidade de velas.

É importante salientar, que sempre que acendermos uma vela em nossa casa devemos direcionar nosso pensamento à Entidade que irá recebê-la, pois como elemento mágico, o fogo não direcionado, pode trazer prejuízos para o nosso lar e a aproximação de espíritos que precisam ou estão buscando luz para próximos de nós. Devemos evitar acender velas em intenção de pessoas que não convivem em nosso ambiente doméstico, para esta finalidade, procure acender a vela no congar com orientação do responsável da casa.

Guias (colares)

Os colares usados na Umbanda são pólos de irradiação, pára-raios, defesa, patuás, bentinhos, terços ou qualquer nome que queira dar, conforme crença, região ou língua. Na Umbanda chamamos de guias, que são cruzadas pelo guia chefe da casa.

Pontos Cantados

Cânticos ou chamados dos Orixás e entidades, verdadeiros mantras que são utilizados nas giras de Umbanda, funcionam como elo de ligação entre os médiuns e o Plano Astral. Os pontos trazem em suas letras fundamentos, ordens do Astral, chaves das Entidades, comandos etc.

O médium que brinca, permanece desatento ou deixa de entoar os pontos durante a gira, está acarretando para si mesmo sérios problemas de comunicação com o Plano Astral e com suas Entidades.

Atabaques

É um instrumento de percussão, com aparência de um barril aberto nas duas extremidades com couro em apenas uma das extremidades e é tocado com as mãos. Toca no RUM (grave), RUMPI (grave e agudo) e no LE (agudo)

Como elemento da Umbanda, os atabaques também precisam ser devidamente preparados para a finalidade a que se destinam, sendo que cada atabaque é consagrada por um Orixá.





Adjá

Objeto parecido com um sino (badalo) que pode possuir de 1 a 3 bocas. Sua função é quebrar campos magnéticos, é muito utilizado na incorporação de Orixás, principalmente quando estão saudando o Congar. Facilita o entrosamento entre médium e Guia.




Pontos Riscados

Um ponto riscado (conjunto de símbolos riscados com pemba em uma tábua) está para a Umbanda, assim como o peixe está para a água. Tal a importância destes elementos nos rituais sagrados. Infelizmente, sempre encontraremos médiuns (ou sacerdotes), que não conhecem a verdadeira magia e significado destes pontos, usando e abusando, sem terem noção do que estão manipulando. O ponto serve para identificar de onde, e até o nome do guia.

Pemba
A pemba (verdadeira) é um giz branco, feita a partir de matéria prima chamada "cauim", um calcário, parecido com o gesso, esse cauim é moído e adicionado também ao pó de algumas sementes e ervas sagradas. Depois de misturados e peneirados, é feito uma "papa" onde se dará o formato aproximado de um quibe, e colocado para secar. Ou pode ser comprada pronta já colorida. Tem a pemba a finalidade de riscar Pontos de segurança, confirmação, e muitos outros trabalhos.

Água

É com certeza o elemento mais poderoso e o mais utilizado em nosso ritual, por ser pura, cristalina e simbolismo de vida.

Bebida (Curiadô)

Da mesma forma que o cigarro, o marafo ou marafa (bebida alcoólica), tem uma imagem totalmente negativa, na visão dos "especialistas" e "entendidos" do campo astral.

O mal principal, está no abuso e uso desenfreado em muitas Casas. De médiuns que se aproveitam da situação e vão no "embalo", muitas vezes mistificando uma incorporação, e se embebedam, dando vexames e depois saem dizendo que foi a entidade que o deixou assim...

O álcool tem emprego sério na Umbanda. Os Exús (principalmente) e a linha intermediária são os que mais fazem uso do marafo. Estas linhas utilizam muito de energias etéricas, extraídas de matéria (alimentos, álcool, etc...), para manipulação de suas magias, para servirem como "combustível" ou "alimento", encontrando então, uma grande fonte desta energia no marafo.

Explicando melhor: Estas linhas, estão mais próximas às vibrações da Terra (faixas vibratórias), onde ainda necessitam destas energias, retiradas da matéria (marafo), para poderem realizar seus trabalhos e magias! O marafo também é usado para limpar ou descarregar pontos de pemba ou pólvora.

Charutos, Cachimbos e Cigarros

É muito controvertido e mal interpretado o uso dentro dos terreiros. Geralmente quando as Entidades estão em terra (incorporados), dão-lhes charutos, cigarros ou cachimbos para fumar. Vale à pena observar, que eles na verdade não fumam (não tragam a fumaça), como faria um usuário ou viciado. Apenas enchem a boca com a fumaça e a expelem sobre o consulente ou para o ar. O fumo age como uma defumação direcionada, atingindo "in loco", este local afetado pelas energias nocivas, pelas baforados. Sendo a folha de fumo, um vegetal, acumula fluido, vibrações e magnetismo solar, lunar, telúrico (terrestre) e astral. Quando queimado, libera estas energias, somadas as vibrações e mentalizações da entidade, que irão desagregar e "limpar" a aura do consulente (assistência).

Punhais, Facas e Ponteiros

Os ponteiros têm diversas aplicações dentro de um ritual, mas o mais utilizado é de direcionador de energia. É como se fosse um fio terra para algumas cargas ou então como captor de energias movimentadas em determinados locais.

Normalmente é utilizado pela Entidade para confirmar o ponto, de identificação, ou ponto de segurança. Usa-se ainda como elemento mágico, neste caso, somente médium com muito conhecimento pode utilizá-lo para fins magísticos, pois são grandes condensadores de energias. Ele serve para ligar a força astral com a Terra, fazendo assim um grande campo de força e descarrego.

Pólvora

Também conhecida por "fundanga". Ao ser queimada ou mesmo explodida, provoca-se um grande deslocamento de ar, repercutindo imediatamente no corpo áurico (aura) do consulente, desagregando todas as energias negativas, e miasmas.

Obs. Só deve ser usada por dirigentes, que tenham controle sobre o que se esta fazendo.

Como diz aquele Ponto:

“SO QUEIMA A FUNDANGA QUEM SABE QUEIMA...”

Obi

Na Umbanda para descobrir o Orixá é feito um ritual com Obi. Obi é uma semente africana de noz-de-cola é o fruto de uma árvore aproximadamente de 6 a 8 metros de altura.

A semente é cortada em 4 partes, canta-se um ponto de Orixá e o pai/mãe de santo joga, caindo as 4 partes ou 3 para cima é confirmado o seu Orixá de cabeça. Alguns terreiros fazem o jogo do Obi com os búzios, o efeito é o mesmo com mais exatidão.

Amaci

O Amaci é um ritual umbandista, onde anualmente os médiuns iniciantes e os mais antigos da corrente devem passar por ele, porém para o iniciante o banho será um, e para o médium coroado será outro. Este ritual tem a finalidade de preparar o médium para receber as energias vibrantes do terreiro, além de oferecer ao filho de fé a limpeza de seu campo áurico, bem como confirmar as entidades trabalhadoras da coroa daquele médium.

Também visa propiciar ao médium maior contato com seus Orixás de Coroa, pois que para seu preparo será de praxe, que o dirigente do templo colha as ervas de todos os Orixás, uma de cada pelo menos, e coloque-as quinadas dentro do preparo que será feito com Água com 3 (três) ou 1 (um) dia de antecedência à Gira do Amaci. Em algumas Casas, tem-se por costume incluir bebidas alcoólicas outras usam as quatro águas (mar, cachoeira, chuva e fonte/mineral).

No ritual, cada médium em fila deve estar trajado de branco e cada um com seu respectivo pano de cabeça, para que após a lavagem da mesma, seja esta protegida pelo pano. Em Algumas Casas usasse a toalha ritualística.

Importante salientar que tanto para os médiuns iniciantes como para os coroados, será indispensável que a energia do Amaci permaneça no campo áurico por pelo menos 24hs, e não mais de 72hs, sendo, portanto recomendado que não se molhe a cabeça nas primeiras 24hs e não tome o sereno assim que sair do Terreiro. Terminada a Gira do Amaci, podem os médiuns retirar seus panos de cabeça, salvo aqueles médiuns de incorporação que ao receberem suas entidades, retirarão para um melhor trabalho.

O Médium que neste dia tem seu Orixá assentado no Alguidar, ou a Confirmação do Orixá na Coroa, este médium a partir deste momento percebe diferenças energéticas da entidade como se agora o ligassem entre médium e entidade ficasse totalmente sólida, e na verdade é isso que acontece.

O Amaci seria muito parecido com o batismo de outras religiões, é a aceitação do médium perante seu orixá e suas entidades, aceitando ser seu aparelho de ação, é um dos ritos mais bonitos dentro da Umbanda, algumas casas fazer este rito aberto, mas a grande maioria ainda deixa este rito em caráter secreto.

O Amaci fica no Terreiro, e o zelador da casa é quem cuida, acendendo velas e tendo um cuidado maior quando o médium não esta bem, ou passando por um momento delicado em sua vida.

Amalás

A comida que se oferece ao Orixá é o Amalá e é um grande campo de força. Muita gente pensa que a finalidade de um amalá é dar de comer aos espíritos. Erro grosseiro porque o espírito de luz não tem nenhuma necessidade de comidas humanas, por não terem mais o corpo físico. O amalá é um ritual que se faz com elementos que vibram na sintonia dos espíritos, que eles usam para criar um campo de força. O amalá reúne a força do médium, do Orixá e dos espíritos que vêm aceitar e se comprometer a executar o trabalho. Muitos pais-de-santo que por um motivo ou outro não possuem terreiro, trabalham com muita eficiência somente através das entregas aos Orixás.

Em momentos de dificuldade, para a cura da saúde, o equilíbrio e a paz familiar, levantar as forças pela energia, e muitas outras necessidades, um amalá bem feito e direcionado à entidade certa resolve o problema. Pela quantidade de situações fica difícil enumerá-las nesta oportunidade. Cada objetivo tem que haver um trabalho certo, com a entidade especialista, e tudo isso ainda sob a inspiração de uma intuição.

Vou fazer uma observação de grande importância: o umbandista pela sua religião que manipula e usa a natureza como para seus trabalhos é um ecologista em potencial. Qualquer material não biodegradável não deve ser deixado no local da entrega do amalá, exceto as velas que se queimam e derretem. Se isso não for possível a pessoa tem a obrigação de ir um dois dias após levantar toda a entrega feita. Os materiais usados nos amalás são: velas, charutos, cigarros, fumo, caixa de fósforos entreaberta, frutas, comidas e bebidas. Todo esse material são biodegradáveis. O alguidar que é onde se deposita a comida, segundo algumas correntes, forma uma ligação do amalá com o elemento terra por ser feito de barro. Mas se a entrega for feita no chão, o contato se dá mesma forma, razão porque recomendo que ao invés do alguidar, que se faça um canto bonito com folhas naturais, como folha de bananeira e outras de forma larga, e que se use uma porunga substituindo o alguidar de barro. Deixar ponteiro e facas que não têm nenhum efeito no amalá choca com a natural energia ecológica do umbandista. Copos de vidro ou copos de plásticos também caem no absurdo e no erro, por não terem nenhuma energia. Para a bebida deve ser usado um coitê e o que sobrar na garrafa deve ser jogado em círculo em volta do trabalho. Não vejo necessidade das fitas coloridas, se o trabalho pode ser cercado com raízes de folhagens extraídas do próprio mato.

Todo amalá deve ter um objetivo específico. Não se faz um amalá só por fazer.

O termo comumente usado para a feitura do amalá é “entrega”, o que não está errado considerando que estamos depositando materiais para os espíritos os transformarem em um campo de força.

Deve-se imaginar que durante a construção de uma entrega o amor e carinho daquele que o está construindo, de certa forma transmite sua energia. As vibrações do Orixá ajudam a aumentar a energia do trabalho que será somado com a do espírito que for utilizá-lo.

A intuição deve fazer parte da construção de um amalá. Existem receitas das entregas de cada Orixá ou espírito, mas ele não deve ser somente uma cópia. Alguns elementos que devem ser acrescentados nos amalás, desde que não fuja da vibração do orixá a quem se entrega, vêm por intuição.

Quem faz uma entrega com materiais que possam agredir a natureza não deixa de ser um baita egoísta que não se importa com a humanidade e o semelhante.

Passe

Os passes na Umbanda podem ser de três tipos:

Energização – passe aplicado geralmente sem se tocar na pessoa, apenas por imposição de mãos, serve para “recarregar” as baterias do consulente.

Limpeza – passe que e feito como se a entidade estivesse literalmente “limpando” o consulente.

Dispersão – passe aplicado com movimentos circulares ou repetitivos serve para desagregar as energias negativas, deixando-as livres para que o passe de limpeza faça a sua parte.

Despachos e Oferendas

Todo despacho é uma oferenda, mas a recíproca nem sempre é verdadeira, ou seja, nem toda oferenda é um despacho!

A oferenda em si é um gesto de amor, enquanto o despacho pode ter um sentido mais diverso.

Se uma pessoa for a uma mata, oferecer uma (ou várias) vela verde e pedir a Oxóssi, o Senhor das Matas, com amor e convicção, força e sabedoria, ela estará fazendo uma oferenda. Mas, se ela for à mesma mata, acender as velas, e pedir a Oxóssi para afastar seus inimigos, esta pessoa está fazendo um despacho, pois tem um sentido de demanda.

A oferenda, talvez seja uma das maneiras mais primitivas do homem, de se encontrar com seus deuses. Na oferenda, a pessoa não assume um "compromisso cármico" (dívida); mas, no despacho, se houver um sentido de agressão e não de defesa, é certo que, ele aumentará seus débitos com os Senhores do Destino.

2 comentários:

  1. Muitissimo obrigado,muito me foi esclarecido eu tenho videncia e audiencia e tenho também o dom de ver e conversar com os guias e Orixás mas levo ou levava na cabeça com quase todos os pais e mães de Santo mas não me aborreci com nehum desses aos quais agradeço pelo que puderam me ofertar .Nimguem quis colocar as mãos em minha cabeça isso me dichou um pouco constrangida mas toquei em frente.E hoje procuro fazer a caridade que me pedem junto com os meus guias de luz.Nunca usei de abuso e espero que todos tenham a confiança em Pai Oxalá assim como tenho .Mas fica a duvida que não quer calar porque sera que nimguem quis colocar a mão em minha cabeça porque! Muito obrigado e agradeço pelos esclarecimentos quye são os mesmos de meus guias e Orixás.Que OXALÁ os abençõe sempre.

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